Estudo revela que 81% dos pacientes internados em hospitais não se alimentam bem

Os resultados parciais de sete instituições, sendo três do Estado de São Paulo, duas do Rio de Janeiro e duas do Rio Grande do Sul, totalizando140 entrevistas, concluiram a desordem alimentar. Metade dos pacientes não tinha em seu prontuário médico a avaliação quanto ao risco nutricional

O conceito do NutriDia utiliza usa os mesmos questionários utilizados em 27 países como objetivo de conscientizar os profissionais da saúde sobre a importância da alimentação adequada para o processo de recuperação do paciente. De acordo com a coordenadora do Nutridia Brasil, Cristina Gonzáles, a popular "comida de hospital" não agrada boa parte dos pacientes, assim como a logística de horários dos hospitais fazem com que muitos pacientes percam o horário das refeições.

- As principais razões apresentadas para a não consumação das refeições foram: falta de apetite, ter perdido o horário da refeição, pois estava realizando algum exame/cirurgia e não ter gostado do sabor da comida oferecida. Apenas 43,5% disseram ter ingerido todo o almoço oferecido no dia da avaliação.

Perda de peso

José Spolidoro, presidente da SBNPE, conta ainda que mais da metade dos pacientes entrevistados disseram que perderam peso durante a estada no hospital.

- Entre os pacientes que apresentavam esta avaliação, 50% estavam em risco nutricional, ou seja, já estavam desnutridos ou tinham risco de desenvolver desnutrição durante a internação. Em relação à perda de peso, 63,3% dos entrevistados referiram ter perdido peso nos últimos três meses, sendo que a maioria perdeu entre dois e três quilos, ou não sabia informar quanto havia emagrecido.

O resultado final do estudo, com todos os dados nacionais, será apresentado no 18º Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e Enteral, que acontecerá entre 29 de novembro e 02 de dezembro em Natal (RN).

Algumas conclusões já puderam ser obtidas a partir das edições anteriores do Nutrition Day na Europa, tais como o aumento do tempo de internação hospitalar em 50% no caso de desenvolvimento de desnutrição associada à doença de base. Isto significa, em média, seis dias a mais de hospitalização e um aumento de quatro vezes no risco de mortalidade desses pacientes, em relação aos que não apresentam desnutrição durante a internação hospitalar.