Centrais insistirão em mínimo de R$ 580,00

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, mais conhecido como "Juruna", disse ontem, em São Paulo, que as centrais sindicais insistirão na proposta de um salário mínimo de 580 reais. Ele participou de reunião para negociar o valor do mínimo com os ministros do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, e da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas.

"Como já foi dito pelo relator do Orçamento no Congresso, senador Gim Argello (PTB-DF), há condições de se dar esse aumento", afirmou, em referência à reunião de quarta durante a qual o parlamentar admitiu que o governo tem uma margem de manobra e poderia chegar a um valor de 570 reais, apesar de a proposta oficial do governo ser de 540 reais.

Embora grande parte dos prefeitos do País seja contra esse aumento, que afirmam não terem condições de repassar ao funcionalismo público municipal, "Juruna" disse que o governo tem de agradar à população e não apenas aos partidos aliados. "Isso eu acho que é uma questão de pressão das centrais sindicais. Eu acho que não basta o governo agradar apenas aos partidos aliados, sem atender a população em geral. Nesse aspecto, eu acho que ainda há condições de negociação", disse. "Acredito que nós deveríamos pensar num número positivo de aumento real, uma vez que quanto melhor o mercado interno, melhor para o País em geral," completou.

A Força Sindical e as outras cinco principais centrais sindicais (CUT, CGTB , UGT e CTB) querem criar uma exceção para o cálculo do salário mínimo de 2011. O argumento para a mudança do cálculo especificamente no ano de 2011 é a crise financeira internacional, que fez com que o Brasil tivesse crescimento próximo de 0% em 2009. Desde 2006 o cálculo do mínimo leva em consideração a inflação do ano anterior ao da concessão do reajuste e o PIB de dois antes.

"Os R$ 580 refletem hoje o bom momento da economia. É a média dos reajustes dos último anos, do PIB dos últimos anos, mas também reflete o bom momento do PIB de 2010", afirma Artur Henrique, presidente da CUT. Paulo Bernardo diz ver com ceticismo a proposta. "É muito arriscado usar o PIB desse ano. Pode gerar uma série de disputas judiciais, uma série de problemas." Segundo o ministro, as centrais devem "conversar direito, porque o critério é benéfico" a longo prazo.

Na reunião, as centrais manifestaram a intenção de discutir também o reajuste das aposentadorias, acima de um salário mínimo e a correção da tabela do imposto de renda. Bingos

"Juruna" disse também que a Força Sindical é favorável à regulamentação dos bingos no País. Alguns deputados, como Sandro Mabel (PR-GO) e Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, ligado à central, pressionaram o governo pela legalização dos bingos, alegando que poderiam usar parte dos recursos do jogo para ampliar verbas da saúde e na aprovação da Emenda Constitucional 300, que oferece piso salarial de R$ 3,2 mil para policiais militares e bombeiros nos Estados."

Fonte: Diário do Nordeste